EM RELAÇÃO À FISIOPATOLOGIA DA TIREOIDE, ATÉ QUANDO A ALTERAÇÃO DOS NÍVEIS HORMONAIS PODE AFETAR O SISTEMA CARDIOVASCULAR?

Autores

  • Ana Carolina Vilela Orsi
  • Julia Ribeiro Faria Gontijo
  • Jose Paula Silva

Resumo

Pesquisas apontam que distúrbios nos hormônios da tireoide afetam o sistema cardiovascular, posto que possuem ações diretas e indiretas sobre as células cardíacas, principalmente os miócitos, que atuam na força de contração. Em razão disso, o excesso e a falta de produção de hormônios influenciam no aparelho cardiovascular. A tireoide secreta hormônios como T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que são fundamentais no controle do metabolismo. A síntese dos hormônios tireoidianos é regulada pelo feedback negativo, na qual a glândula hipófise produz o hormônio estimulador da tireoide (TSH), que induz a tireoide a produzir hormônios (T3 e T4). Quando há mudança nos níveis dos hormônios T3 e T4, são detectados pela hipófise: ao serem registrados níveis baixos, há liberação de TSH e, se houver a detecção de alto nível, há a inibição de TSH. Pode-se perceber, assim, que o TSH ativa ou inibe o funcionamento da tireoide. A glândula tireoide e o coração estão intimamente relacionados do ponto de vista fisiológico. Assim, pequenas concentrações de hormônios circulantes podem afetar adversamente o sistema cardiovascular. A baixa quantidade de TSH causa arritmia ventricular e, em excesso, causam hipertensão e insuficiência cardíaca. Estudos apontam que TSH abaixo do normal e T4 no valor normal resultam na fibrilação atrial, insuficiência cardíaca e doença coronariana. Materiais e Métodos: Metodologicamente, trata-se de uma revisão integrativa, onde foi realizada uma busca nas bases de dados bibliográficas PubMed, Scielo, Lilacs e MedLine, no período de Junho de 2021, com o objetivo de encontrar estudos que respondessem a pergunta norteadora: “Em relação à fisiopatologia da tireoide, até quanto a alteração dos níveis hormonais podem afetar o sistema cardiovascular?”. Os critérios de inclusão foram artigos que respondessem a nossa pergunta, que tivessem nível de evidência maior que 2C e que tivessem sido publicados nos últimos quatro anos. Foram excluídos artigos de revisão, com nível de evidência menor que 2C e que não respondessem a nossa pergunta norteadora. Resultado: Em nossa revisão ao final da coleta de dados foram selecionados dois trabalhos. O artigo publicado por Kannan, L e cols, relata que a insufi ciência cardíaca mais grave foi relacionada ao TSH alto, T4 alto e T3 baixo (P <0,001 para cada teste); a fibrilação atrial foi associada apenas com altos níveis de T4 (P ?0,01 todos os modelos), não tendo associação com o TSH ou T3. Houve um aumento do risco pela categoria de aumento de TSH (P <0,001) e para o hipotireoidismo. Já no artigo publicado por Larsson, S. C. e cols, os níveis do TSH e o hipertireoidismo foram associados com a fibrilação atrial. Os odds ratios de fibrilação atrial foram 1,15 (P = 2,4 × 10 ?14) pela diminuição prevista de uma síndrome nos níveis de TSH e 1,05 (P = 5,4 × 10 ?5) pela predisposição genética ao hipertireoidismo. Conclusão: Com o avanço da medicina, é possível identificar problemas cardíacos, alterações dos hormônios da tireoide e o quanto o metabolismo de tais hormônios prejudicam o sistema cardiovascular. Os resultados obtidos demonstram que os hormônios influenciam no sistema cardiovascular; com o devido acompanhamento das alterações dos níveis hormonais, relacionado com o sistema cardiovascular, é possível o tratamento e, em decorrência disso, a reversão do quadro.

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Publicado

2021-08-10

Edição

Seção

Artigos