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Setembro Amarelo e saúde mental


 

Uma pauta muito difícil e delicada, mas necessária, a prevenção ao suicídio é priorizada neste mês, por meio do movimento denominado Setembro Amarelo. 

Quem aborda o tema nesta edição do “Conectados com o Professor” é a Profª. Edna Messias de Freitas Santos, psicóloga, mestranda em Promoção de Saúde e docente do curso de Medicina da Faculdade Atenas Passos.

Sobre o movimento e sua importância

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. 

No Brasil, foi criado em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro). 

A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa. 

Causas e Estatística

O suicídio tem múltiplas causas, tanto entre adultos quanto jovens. Enquanto transtornos mentais, histórico de violência e doenças incuráveis são desencadeadores do problema na população em geral, fatores como bullying, impulsividade e dificuldade de lidar com as próprias emoções aparecem entre as faixas etárias menores. 

Números do Ministério da Saúde mostram que entre 2011 e 2018, em todo o Brasil, foram 339.730 registros de violência autoprovocada, ou seja, ideação suicida, automutilações, tentativas de suicídio e suicídio. No período, mulheres foram 67% das vítimas destes casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 

Os casos efetivos de suicídio registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade apontam que os jovens de 15 a 29 anos são 27% das vítimas. Em 2017, último ano com dados disponíveis, foram 10.218 suicídios de homens e 2.828 de mulheres. Entre os jovens de 15 a 29 anos, foram 2.649 e 733 casos, respectivamente. Os dados também revelam que o perfil comum do jovem que comete suicídio é de homens, negros, com até 11 anos de estudo e sem cônjuge.

Sinais de alerta

Saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo a você pode ser o primeiro e mais importante passo. Por isso, fique atento (a) se a pessoa demonstra comportamento suicida e procure ajudá-la. 

Os sinais de alerta descritos não devem ser considerados isoladamente. Não há uma “receita” para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Entretanto, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos.

Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real. Expressões de ideias ou de intenções suicidas:  "Vou desaparecer”, “Vou deixar vocês em paz”, “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”, “Quando eu morrer vão sentir a minha falta”.  São falas e comportamentos que sinalizam que algo não vai bem, como a desesperança, desespero, depressão e grave desamparo.

O principal fator de risco refere-se ao histórico de tentativas e transtorno mental. As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos.

Como ajudar

Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio.
Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento.

Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa.

Se a pessoa com quem você está preocupado(a) vive com você, assegure-se de que ele(a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.  Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.

Pandemia covid-19 e saúde mental

O atendimento a casos de suicídio e de tentativa de suicídio aumentou com a pandemia do coronavírus, segundo informam os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na capital paulista.  

Mesmo que já fosse esperado um crescimento nesse tipo de chamado, devido à incerteza trazida pela covid-19 e a solidão favorecida pelo isolamento social, a situação não deixa de preocupar. Especialistas lembram, contudo, que distanciamento físico não significa manter silêncio. Ainda mais na era dos aplicativos. 

Neste último mês de agosto, por ocasião do dia mundial do Psicólogo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) juntamente com organizações parceiras, reforçou a importância da saúde mental e antecipou o tema da campanha do Dia Mundial da Saúde Mental de 2020, Movimento pela saúde mental: vamos investir, lançada neste mês de setembro.  

A campanha reivindica um aumento nos investimentos em saúde mental, pois os países investem apenas 2% de seus orçamentos de saúde em saúde mental. Segundo a OMS, quase 1 bilhão de pessoas vivem com transtorno mental e uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio. Com a pandemia covid-19, temos mais um importante impacto na saúde mental.

No Brasil, o CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (basta discar 188), e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Considerações finais

A primeira medida preventiva é a educação. Precisamos ter um olhar atento aos comportamentos atípicos de alguém que está em sofrimento. O desejo de morrer apresentado pelo indivíduo deve ser acolhido.

Toda a rede de saúde ou atendimento informal deve encorajar a pessoa a manter aquilo que é importante para o seu cuidado, além de se trabalhar a qualidade da assistência prestada.

Toda vez que consegue-se reconhecer uma possível crise e agir sobre ela, evitamos alguns gatilhos. Não só para manter a vida, mas para propormos qualidade de vida à pessoa.

As pesquisas mostram que muitas pessoas não procuram ajuda, pois a sociedade nos coloca que temos que estar sempre bem, é como se “não houvesse uma permissão para a vivência das emoções negativas”.

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e VoIP 24 horas, todos os dias.

As ligações para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.

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